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A century after a devastating volcanic eruption forced Iceland’s inhabitants to abandon its shore, the …

Review of 'Riveted' on 'Goodreads'

4 stars

O caso do "Riveted" é que era o terceiro da saga "Iron Seas" e seria provavelmente um "deal breaker" para mim: apesar de ter gostado bastante dos dois anteriores, receava que este não fosse tão bom e que matasse o meu amor pela saga. Posso seguramente dizer que tal não aconteceu.
Por um lado compreendo o meu receio pré-leitura: este "Riveted" é a história mais isolada do universo até ao momento. Nas histórias anteriores ainda encontravamos personagens ou lugares que faziam a ponte entre histórias e que de certa forma faziam o leitor sentir que não está apenas a ler uma sequência de histórias num universo comum mas também uma saga, em que todos os personagens parecem fazer parte de um plano maior. Riveted tem muito pouco ou nada em comum com as personagens ou lugares do "The Iron Duke" ou "Heart of Steel". Da publicidade que foi feita eu sabia que esta história divergia bastante no espaço e ligações às personagens que conhecíamos anteriormente. Mas é, apesar de tudo, um romance da Meljean Brook e por isso não desilude, pelo contrário. Apesar do início de história ser de facto pouco cativante (uma mulher em busca da irmã desaparecida e um homem em busca da aldeia misteriosa da mãe), com as reviravoltas que o enredo sofre, depressa se torna uma viagem mirabolante, uma aventura cheia de perigos e obstáculos incríveis. Com a Islândia como pano de fundo, há gelo, mar, vulcões, minas e trolls para colorir a história.
Esta autora tem o talento de escrever personagens femininas muito fortes e cativantes, verdadeiras heroínas a três dimensões e, neste romance, Annika é tudo isso, mas pouco. Passo a explicar: senti que já apanhava a aventura dela a meio e por isso não senti que ela tivesse que ultrapassar grandes perigos ou que tivesse que ultrapassar uma grande barreira emocional para ficar com o David. A grande dor dela durante parte do livro era se poderia ou não confiar nele, depois se ele iria ficar com ela mas nada que uma boa conversa não resolvesse, na minha opinião.
Já por outro lado David surpreendeu-me bastante e enamorei-me totalmente por ele. De tal forma que dei por mim a pensar a certo ponto: "Eu gosto assim da Annika apenas porque o David gosta dela e está a sofrer neste momento e eu não suporto vê-lo sofrer". A história dele é comovente e enriquecedora, porque não é comum ler-se histórias de pessoas com deficiências físicas, e surpreendi-me com a força e o caracter dele e emocionei-me com o romance dos dois.
Há também uma reflexão social (e sexual) que é colocada de uma forma muito interessante na história e que é essencial para a resolução do conflito dos personagens principais, que também é uma discussão muito actual nos dias de hoje.
Assim, posso concluir que "Riveted" não só não desiludiu como foi uma excelente adição ao mundo de "The Iron Seas": deu a perspectiva do que acontece noutras partes do mundo na mesma época, como outras culturas foram afectadas, como pensam, como estão a evoluir, que invenções estão a surgir ou como reagem perante os infectados.