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Gabriel

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Ailton Krenak: A vida não é útil (Paperback, 2019, Companhia das Letras) No rating

Uma operação de resgate tem como intuito salvar o corpo que está sendo flagelado e levá-lo para um outro lugar, onde será restaurado. Quem sabe, depois de uma reabilitação, ele pode até seguir operante na vida. Isso partindo da ideia de que a vida é útil, mas a vida não tem utilidade nenhuma. A vida é tão maravilhosa que a nossa mente tenta dar uma utilidade a ela, mas isso é uma besteira. A vida é fruição, é uma dança, só que é uma dança cósmica, e a gente quer reduzi-la a uma coreografia ridícula e utilitária. Uma biografia: alguém nasceu, fez isso, fez aquilo, cresceu, fundou uma cidade, inventou o fordismo, fez a revolução, fez um foguete, foi para o espaço; tudo isso é uma historinha ridícula. Por que insistimos em transformar a vida em uma coisa útil? Nós temos que ter coragem de ser radicalmente vivos, e não ficar barganhando a sobrevivência. Se continuarmos comendo o planeta, vamos todos sobreviver por só mais um dia.

A vida não é útil by 

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Sidarta Ribeiro: Sonho Manifesto (EBook, 2022, Companhia das Letras) 5 stars

Mantido o rumo atual da vida na Terra, o futuro é impossível. Em seu novo …

O uso que fazemos de palavrões explicita o atraso milenar de concepções ainda tão comuns. Quase todas as nossas “palavras feias” são ligadas ao sexo e, portanto, deveriam ser consideradas lindas: cu, boceta, caralho, porra, veado, filho da puta. Quanto ódio contra as putas! Por que chamamos assim as pessoas mais vis e desprezíveis? Quando alguém da minha família, por qualquer razão, solta um “puta que pariu”, logo bradamos em uníssono: “Viva as Putas! Viva as Mães! Viva as Filhas! Viva os Filhos!”. O sexo e a maternidade são demonizados como se não tivéssemos todos vindo daí, como se os corpos não fossem templos de infinito prazer, e sim masmorras de infinita dor. É tão comum a hipocrisia antigay que demoniza a homoafetividade, mas a pratica em segredo.

Sonho Manifesto by